Em 07 de julho de 2020, às 14 horas, aconteceu o 6º – Webinário: “Cultura, Patrimônio e Turismo em tempos de COVID-19”, com o tema “Museu e Museologia: Novas Perspectivas”. O encontro foi facilitado pelo Mestre e coordenador de museus – Carlos Vitor Silveira de Souza e mediado pela historiadora Eliana Garcia Vilas Boas, da Secretaria de Cultura de Sacramento/MG. A mediadora deu boas vindas a todos, agradeceu ao palestrante Carlos e a comissão executora do ciclo de Webinários; sendo composta por Julie Beatriz Ferreira, da Prefeitura Municipal de Campo Florido/MG e Fátima Alves – Diretora do Circuito Turístico Alta Mogiana.
Carlos começou o webinário falando sobre oito museus que coordena no município de Uberaba/MG e a importância de trabalhar o acervo e a organização dos museus nesse período de pandemia para que o mesmo não seja tão prejudicado devido aos fechamentos temporários. Destacou a possibilidade de uma futura reabertura e as adequações necessárias para um momento oportuno. Segundo Carlos, um gestor de museu é sempre uma pessoa que lida com superações para o desenvolvimento de ações com a comunicação do público aos museus. Foi destacado a importância de o que pensarmos para o momento atual com as conjunturas anteriores e posteriores dos museus, museus de áreas turísticas, museus de atividade locais, museus e a aproximação com as comunidades locais. De acordo com a explanação da palestra de Carlos os dados da Unesco – Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura – apontam que noventa por cento dos museus continuam fechados por não terem condições de se adequarem as novas normas da vigilância sanitária de funcionamento do estabelecimento; desses noventa por cento, treze por cento não terão condições de reabertura ao público por conta da situação econômica. Os gestores culturais terão que se reinventar, para dar início a uma boa gestão de valorização dos patrimônios. Ao representar os museus, Carlos cita a importância de observarmos os museus como o interior de cada indivíduo, ou seja, a memória coletiva de uma sociedade. Explica sobre a familiaridade de cada um com um objeto simbólico e de valor, assim, surge a questão de o que é
a museologia e como ela pode ser desenvolvida por meio de um objeto.
Demonstrou um apontador antigo e em seguida contou a história desse
apontador, disse ser um apontador de Francisco Cândido Xavier, um escritor
espírita muito famoso no Brasil, rm decorrência de suas obras psicografadas e
alguns lugares de memória deixadas por ele e organizadas como museus e
obras de valor ao povo de Uberaba/MG.
Os termos de doação de um objeto entregue ao museu foram mencionados
como forma de organização de museu, a forma de expor algum objeto em um
museu e a responsabilidade de levar o objeto até a curiosidade humana pra fazer
o museu ser interessante aos olhos dos visitantes demonstrando a
caracterização dos museus e principalmente a importância do seu acervo
cultural. Como despertar a musealidade dos objetos? Carlos explicou que saber
diferenciar os objetos e a informação dos dizeres dos acervos é de extrema
importância para despertar a musealidade dos objetos. Carlos cita aos
historiadores o ponto fundamental em desenvolver esses trabalhos de
representatividade nos museus: museus enciclopédias, museus de histórias,
museus de ciências, museus de arte, museus comunitários, museus virtuais,
museus digitais e outros. Os museus podem e mudam com o tempo, precisamos
ter apropriação das sociedades. Os museus precisam conversar com o público.
Preservar os objetos materiais, porém adaptar a comunicação com os materiais.
Os museus despertam a materialidade e desenvolvem novas estratégias para a
comunicação. Carlos comenta que o planejamento é o ideal para manter o
museu sempre ativo e modernizado a mentalidade de seus visitantes e o público
sempre é o melhor aliado ao museu, pois os museus são instrumentos de
comunicação ao cidadão, às escolas, do simbólico ao imaginário. Os museus
tem missão e razões para existirem, pois unem a cultura, a educação e o turismo
em sociedades diferenciadas com memórias coletivas, assim estabelecendo um
colecionismo de materialidade e objetos. O mais importante é conhecer a
memória regional e a percepção dos indivíduos para que os museus possam
sempre estar ligados ao público e as demandas sociais.
Portanto, museu, fenômeno, identificável por meio de uma relação muito especial entre o humano, o espaço, o tempo e a memória, relação esta a que denominaremos “musealidade”. A musealidade é um valor atribuído a certas dobras do Real, a partir da percepção dos diferentes grupos humanos sobre a relação que estabelecem com o espaço, o tempo e a memória, em sintonia com os sistemas de pensamento e os valores de suas próprias percepções. (Scheiner, 2012, p 18)
O Departamento de Educação e Cultura da Prefeitura de Campo Florido,
a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Cultural de
Sacramento (MG) e o Circuito Turístico Alta Mogiana agradecem a participação
de todos os envolvidos nesse rico Webnário, apresentado pelo mestre Carlos
Vitor, onde pudemos conhecer e exemplificar o que realmente é um museu e
suas especificidades e a museologia.
Historiadora: Julie Beatriz Ferreira